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Definição da área e diretrizes de projeto a partir das categorias de análise.

1.Contextualização

Para fins de compreensão dos resultados do TP3, indica-se a leitura do TP1 - Cartografia Crítica: Um panorama de paisagem fragmentada.

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Com o intuito de criar uma malha urbana mais coesa é necessário a implementação de elementos de conexão que abordem as questões sociais, técnicas e utilitárias que favoreçam a vida da população no meio urbano. Assim, serão lançadas nesse primeiro momento estratégias gerais de intervenção para a cidade.

A DELIMITAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS

DE IMPLEMENTAÇÃO

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O projeto busca promover ações que aumentem a qualidade do espaço urbano de Samambaia. Dessa maneira, sua implementação depende de sequência de operações que serão propostas em fases, cada qual com um intuito específico na requalificação urbana e que preparam o terreno para a sua sucessora.  

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FASE 1 

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INFRAESTRUTURA​

DO MEIO URBANO

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A linha de alta tensão que atravessa Samambaia se mostra problemática tanto do ponto de vista técnico de ocupação do solo quanto de um ponto de vista de percepção da paisagem.  Por isso, seguindo o projeto de implementação da Avenida das Cidades, é proposto que seja realizado o aterramento das linhas de transmissão.  Assim, os espaços urbanos centrais de Samambaia poderão ser reurbanizados afim de criar novos pontos de centralidade, convivência, lazer, esporte e cultura e assim melhorar  a qualidade de vida dos seus habitantes.​

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Nessa fase também será proposto a criação de uma comissão que visa a regularização fundiária de áreas não registradas e manutenção da infraestrutura básica local, como obras que levem energia elétrica e saneamento básico a todas a população da cidade. 

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Sobre as diretrizes de infraestrutura, ressalta-se o enfoque na disposição de iluminação pública ao longo da Região Administrativa, levando em consideração que muitos pontos estão sem a infraestrutura, diminuindo a segurança do espaço. Outra modificação é referente ao uso de sinalização urbana tanto no piso como em placas. Por fim, o projeto de pavimentação, das ciclovias e dos pisos do parque, contará com o material adequado, caracterizado por ser regular, firme, estável e antiderrapante sob qualquer condição.

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FASE 2 

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MOBILIDADE URBANA

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Levando em consideração a análise cartográfica de mobilidade, percebeu-se a necessidade de realizar algumas mudanças. Em um primeiro momento propomos a continuação do eixo do metrô, trocando pelo VLT. A partir da percepção de que a parte oeste não tem um acesso facilitado para o centro da cidade, da mesma forma como o índice de pessoas, da mesma forma que a comunidade da parte leste não tem muito acesso à oeste, dessa forma, temos a intenção de integralizar as duas partes e levar movimento para e vida para essa zona.

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A escolha do modal teve como base três motivos: o primeiro é que, por ser um meio de transporte mais leve, a agressão ao solo seria menor; o segundo motivo refere-se ao fato de que o VLT gera menos ruído quando comparado ao metrô; E por fim, o terceiro está atrelado a densidade da cidade, visto que a parte oeste de Samambaia possui uma densidade menor, favorecendo o uso do Veículo Leve sobre Trilhos. 

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A preocupação do ruído se dá ao fato que as pessoas que moram próximas às vias não estão acostumadas com uma via movimentada, e o intuito seria diminuir ao máximo esse impacto.

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MAPA DE MOBILIDADE - Sistema cicloviário - existente-01-01.png

Outro fator importante é a disposição de paraciclos e bicicletários em terminais, estações e pontos de parada do transporte coletivo, visando o estímulo do aumento da mobilidade ativa. E para possibilitar o uso das bicicletas, propõe-se a modificação do sistema cicloviário, fazendo com que os eixos seguissem as vias principais de Samambaia. Observou-se, a partir do PDAD 2022, que grande maioria utiliza o transporte privado para locomoção, dessa forma a criação do eixo VLT e a adição de ciclovias viria de tal forma a fazer essa modificação, e aumentar o número de transporte público e da mobilidade ativa.

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FASE 3

HABITAÇÃO E COMUNIDADE​

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O projeto possui enfoque nas questões da mobilidade urbana dentro da RA. Assim, é necessário levar em consideração os usuários dessa mobilidade. Levando em conta a grande demanda por habitação, a criação e fomento de diretrizes para as novas Zonas Especiais de Interesse Social foram idealizadas. â€‹

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Samambaia possui um alto índice de espaços ociosos vazios próximos a áreas consolidadas que possuem equipamentos públicos de educação, saúde e transporte. Com o aterramento das linhas de transmissão e o desmonte da subestação de energia, o espaço agora será destinado para a criação de habitações de interesse social para a população de baixa renda.

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As ZEIS devem conter princípios que priorizem o uso da mobilidade ativa, como a diversidade de usos e aumento da densidade populacional.

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COSTURANDO A PAISAGEM​

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Por conta da linearidade e da forma que o planejamento da cidade foi idealizada, o aspecto da própria forma da paisagem é prejudicada. Dentro do campo da percepção, os estudos da topoceptividade indicam que os espaços possuem duas expectativas: a de orientabilidade, que diz respeito a capacidade que um espaço apresenta ao observador sobre como locomover-se conscientemente de um lugar para o outro e a identificabilidade, que diz respeito a capacidade de um determinado local de proporcionar ao observador sua identidade. 

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Dentro de Samambaia existe uma tendência de homogeneização da paisagem, ou seja, os campos visuais dentro do meio urbano se tornam extremamente semelhantes. Isso prejudica ambas as expectativas topoceptivas, uma vez que torna os espaços labirínticos e não expressam necessariamente uma identidade local. â€‹

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Assim, o intuito do projeto em sua última fase seria a inclusão da comunidade nas decisões de planejamento de equipamentos públicos, mobiliários urbanos e incentivar a participação da comunidade na transformação dos espaços partindo de escalas menores como o próprio bairro, até em questões maiores de planejamento na escala urbana. assim como foi feito no Park Fiction, localizada em hamburg, caracterizado por ser um exemplo de espaço que sofreu participação ativa da comunidade, a partir de diálogos, conversas e a abertura, para os moradores, que os projetistas deram  em cima do projeto.

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Dessa forma, a população seria incentivada a transformar o espaço que os cerca, aumentando o interesse dos campos visuais e conferindo parte de sua própria identidade para o meio urbano.

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Essa participação da comunidade garante a manutenção dos direitos à cidade e a apropriação do espaço urbano e incentivam a preservação dos espaços públicos ao mesmo passo que recriam os laços dos indivíduos com a rua, uma vez que criam vínculos afetivos para além dos seus muros.

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Outra proposta com a intenção de aumentar a participação da comunidade na área oeste está atrelada à proposta de um zona, no parque, de cunho multidisciplinar. Dessa forma, seria determinado um dia na semana para que fossem instaladas estruturas provisórias permitindo a ocorrência de vendas de produtos produzidos pela comunidade. Tal ação tem o intuito de trazer os moradores da parte leste para a oeste.

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"As cidades tem a capacidade de proporcionar algo para todos somente porque e somente quando, são criadas por todos"

Jane Jacobs, 2001

5.Bibliografia

COSTA, Graciete Guerra da. As regiões administrativas do Distrito Federal de 1960 a 2011. 2011. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

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LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

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KOHLSDORF, Maria Elaine. Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização - A Dimensão Topoceptiva/Relatório de Pesquisa n° 3. Brasília: CNPq/FAU-UnB., 1993.

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CAUQUELIN, Anne. A invenção da paisagem. São Paulo: Martins, 2007.

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Universidade de Brasília

1/2022

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