
1.Contextualização e metodologia
Como embasamento teórico usaremos as características apresentadas por Kevin Lynch (1960) da percepção qualitativa da cidade em seus respectivos elementos.
Estes são:
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Caminhos
No projeto, os caminhos serão os elementos estruturadores da percepção do espaço.
Os traçados empregados no parque deverão levar em consideração os tipos de uso, as características espaciais diferenciadas, estar em consonância com a vegetação, e auxiliar na orientabilidade do espaço.
Pontos nodais
No projeto, os pontos de transição terão tratamento especial. Por terem função de direcionar os fluxos para os diferentes pontos da cidade, eles condicionarão os movimentos urbanos, uma vez que representam a confluência dos pontos do sistema de transporte
Marcos
Os marcos serão construídos como elementos pontuais marcados pela singularidade. Dessa forma, serão utilizados como diretriz para construção da lógica espacial do parque, sendo posicionados em pontos estratégicos para potencializar os âmbitos da orientabilidade e da identificabilidade do ambiente.
Bairros
Dentro do projeto, os bairros serão tratados como áreas homogêneas que possuem características comuns. Sendo implantados de maneira que as texturas, formas, detalhes e tipos os diferenciem do resto do tecido urbano
O método
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Como metodologia de projeto, será empregada uma visão pragmática entre a relação de causa e proposta. Dessa forma o plano de reurbanização busca atender de maneira mais oportuna as problemáticas encontradas nas análises anteriores a fim de sanar as carências a nível de planejamento.
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Dessa forma, pela grande abrangência de área de intervenção, o planejamento será abordado como elaboração de diretrizes a nível de anteprojeto e não como um produto final a ser especificado. Serão tratados os diversos pontos pertinentes nas discussões de planejamento urbano para Samambaia utilizando o parque linear como elemento comum de ligação.
Os condicionantes do meio urbano
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A fim de nortear as propostas aqui presentes, serão considerados como condicionantes de projeto tanto as características físicas do sítio quanto as questões humanas de habitação, acessibilidade e percepção do espaço a nível psicológico.
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Os condicionantes do meio urbano
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A fim de nortear as propostas aqui presentes, serão considerados como condicionantes de projeto tanto as características físicas do sítio quanto as questões humanas de habitação, acessibilidade e percepção do espaço a nível psicológico.
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2. Os módulos de infraestrutura
para o meio urbano.
Uma das concepções de infraestrutura urbana é de que ela seria um conjunto de ações que tem por objetivo fornecer as bases pra vida na cidade de forma que os usos possuam ser articulados de maneira que possam fornecer qualidade de vida para os usuários.​
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Tendo isso em mente, no plano de reurbanização serão delimitados módulos programáticos de estratégias que reforcem as características necessárias pra que exista possibilidade de ocupação dos espaços com qualidade e segurança. Os módulos são sugestões que podem ser adequadas conforme a necessidade em cada caso específico
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Dos condicionantes de infraestrutura analisados, as propostas abarcarão as questões de:



1. Águas pluviais
2. Iluminação
3. Acessibilidade
1. Drenagem
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TUCCI (2014), tipifica a drenagem urbana como o conjunto de medidas que possui propósito de minimizar os riscos a que as populações estão sujeitas, ocasionadas pela intensa urbanização, diminuindo os prejuízos causados por inundações e permitindo o desenvolvimento urbano de forma harmônica, planejada e sustentável.
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Dentro do projeto, estratégias como jardins de chuva, pavimentos permeáveis, faixas gramadas e bocas de lobo terão como objetivo mitigar os possíveis danos causados pela presença de águas pluviais.

2. Iluminação Pública
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A iluminação publica é um elemento vital dentro da construção de espaços habitáveis pois impacta diretamente em aspectos de segurança do meio urbano. Dessa forma deverá ser implantado de forma a fim de trazer maior cobertura e visibilidade a iluminação pública deverá ser feita a partir da implantação de luminárias públicas em LED, por serem a solução mais moderna e econômica.
A altura de cada luminária deverá variar de acordo com cada caso específico onde será implantada levando em conta todas as particularidades de potência, cor e espaçamento.

3. Acessibilidade
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No que tange a acessibilidade, serão estabelecidas diretrizes que tornem a cidade um local plural nos seus espaços de deslocamento. Dessa forma, o dimensionamento de calçadas e rampas deverá cumprir a ABNT NBR 9050 além de possuírem características como pavimentação contínua e largura mínima admitida para cada tipo de uso definido pelos guia de urbanização da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do DF.

Para além dos módulos básicos de infraestrutura, também devem ser realizadas obras previstas no plano de construção da Avenida das Cidades que retirem a linha de energia de alta tensão da parte central da cidade, permitindo que o espaço possa ser habitado e requalificado como um potencializador da vida urbana.


3. Mobilidade urbana
Tendo em vista o que foi exposto nos últimos tópicos e uma análise de fluxos, foi realizado o redesenho da linha do VLT visando a conexão com a RA águas claras. Dessa forma, a comunidade teria uma segunda opção de transporte e, consequentemente, o fluxo do metrô com destino à Águas claras diminuiria.

Mapa do VLT

A escolha do modal teve como base três motivos: o primeiro é que, por ser um meio de transporte mais leve, a agressão ao solo seria menor; o segundo motivo refere-se ao fato de que o VLT gera menos ruído quando comparado ao metrô; E por fim, o terceiro está atrelado a densidade da cidade, visto que a parte oeste de Samambaia possui uma densidade menor, favorecendo o uso do Veículo Leve sobre Trilhos.
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A preocupação do ruído se dá ao fato que as pessoas que moram próximas às vias não estão acostumadas com uma via movimentada, e o intuito seria diminuir ao máximo esse impacto.
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Importante ressaltar o intenso fluxo nas rotatórias, o qual foi resolvido a partir da disposição de semáforos para a passagem do VLT

Exemplo de intervenção em rotatória com linha de VLT





4. O parque






Mapa de fluxos
Mapa de zoneamento
5. A arte como marco na paisagem

The weather project
Olafur Eliasson

Stream
Barry Underwood

Yves Klein

Mostra de cinema nas empenas dos edifícios
6. Habitação

A proposta para a Zona da ZEIS é integrar o programa habitacional com o comercial nos lotes que tangenciam a calçada voltada para o VLT. Dessa forma, as fachadas frontais e traseiras são consideradas ativas. Outra decisão projetual refere-se à escolha de criar edificações de mais de 2 pavimentos. Ressalta-se, por fim, que as decisões presentes nas fases 1, 2 e 3 (TP3 - Definição da área e diretrizes de projeto a partir das categorias de análise.) continuam, diferenciando apenas na evolução do corte acima e no desenho dos caminhos.

A
A
Mapa ampliado da ZEIS

Corte AA



Tipologia dos blocos


Vista do pilotis do bloco habitacional

Maquete 1:12500
5.Bibliografia
CAUQUELIN, Anne. A invenção da paisagem. São Paulo: Martins, 2007.
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KOHLSDORF, Maria Elaine. Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização - A Dimensão Topoceptiva/Relatório de Pesquisa n° 3. Brasília: CNPq/FAU-UnB., 1993.
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LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
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TUCCI, C. E. M. Água no meio urbano. Capítulo 14 do Livro Água Doce. UFRGS. 1997.
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